domingo, 10 de maio de 2015

A Bíblia Provada e Comprovada - Spurgeon - Sermão nº 2084

Carta para minha mãe

Gente, para não deixar passar em branco essa data tão especial, gostaria de desejar a todas as mães que leem este blog "Felizes Dias de Mãe" e de fazer aqui uma singela homenagem à minha mãe. Vou registar abaixo uma carta que escrevi pra ela um tempinho atrás, com algumas pequeninas mudanças, como a abreviação de nomes citados.


Minha Querida Mamãe,

Eu sempre tive muita vontade de lhe escrever uma carta, mas sempre ficava com receio de não conseguir colocar em palavras todo o amor e admiração que sinto pela senhora. Na verdade, palavras nenhumas são suficientes... Mas hoje, quando a senhora completa 60 anos resolvi criar coragem, pedindo a Deus que me ajude a escrever uma carta digna da senhora.

Por muitas vezes, ao ler Provérbios 31, eu me perguntei se aquela mulher existia de verdade. E meditando em todas as suas qualidades, vi a senhora em praticamente todas elas. Então, respondendo à pergunta registrada em Provérbios 31:10: “Mulher virtuosa quem a achará? O seu valor muito excede ao de rubis.”, a melhor definição que nós, como filhos, podemos lhe dar nada mais é do que aquela registrada nesse capítulo da Bíblia Sagrada, Palavra de Deus: “MULHER SÁBIA E VIRTUOSA”. E como diz o verso 28 que “seus filhos se levantam e a elogiam”, nesse dia especial do seu aniversário, quero aproveitar a oportunidade (junto com meus irmãos) para elogiá-la diante de todos e dizer que temos a nossa joia rara, mais valiosa que os rubis, rara pela sua beleza (a verdadeira beleza que o tempo nem as rugas podem apagar), rara pelo seu caráter que reflete o caráter de Cristo, rara pela sua sabedoria, pela sua vida exemplar e por seu temor a Deus, pois “A beleza é enganosa, e a formosura é passageira; mas a mulher que teme o Senhor será elogiada. Que ela receba a recompensa merecida, e as suas obras sejam elogiadas à porta da cidade.” (Provérbios 31: 30-31)

Obrigada por nos ensinar a amar e temer a Deus! Acredite! Ainda que eu tenha cometido vários erros, seus ensinamentos foram como um filtro, que me livraram de muitos enganos e tropeços na minha adolescência e juventude. Apesar de a senhora não ser dada a muitas conversas longas, quando abria a boca para nos aconselhar, suas palavras eram certeiras. Creio que meus irmãos, cada um de um jeito, também foram guardados pelas suas palavras de orientação e sabedoria. Mas, mais do que palavras, seu exemplo de vida sempre falou mais alto.

Obrigada por nos ensinar, com seu exemplo, a amar e respeitar o próximo, ainda que, pra isso, muitas vezes, tenha tido de separar nossas brigas de irmãos, dizendo que não víamos a senhora e o papai se xingando ou brigando. De fato! Também nunca vi a senhora brigar com sua sogra, nossa saudosa avó, a quem a senhora carinhosamente sempre tratava de “tia M”. Seu relacionamento sempre pacífico e amoroso com seus irmãos e cunhados também é exemplar, digno de ser imitado.

Obrigada por nos amar incondicionalmente e individualmente, mesmo quando éramos (ou ainda somos) bem difíceis de lidar, e mesmo quando em nossas tolices de criança ficávamos disputando a quem a senhora porventura mais amava. Só mais tarde passamos a compreender como seu coração era gigante! [rsrs]

Sinceramente, eu fico me perguntando como alguém que perdeu os pais tão cedo (ainda na tenra infância) pode ser tão amável e gentil como a senhora! Sou grata a Deus pelo zelo que Ele teve em deixá-la aos cuidados da tia D e do tio D e forjar na senhora o caráter dEle. Sou ainda mais grata a Deus por ter nos poupado de tê-la perdido por problemas de saúde na nossa infância. Eu não sei o que seria da nossa vida sem a senhora! Um conselho seu para mim era ordem! Fonte de vida e de livramentos quando eu obedecia! Obrigada por cada “puxão de orelha”, por cada conselho, por cada gesto de amor que a senhora me deu e ainda me dá quando eu preciso.

Só agora que sou mãe, vivenciando na pele e na alma a dor e a delícia da maternidade, é que me dei conta de muitas coisas que antes passavam despercebidas, ou das quais eu só tinha uma leve impressão... É incrível como nosso olhar, nossa visão de mundo se aprimora quando nos tornamos mãe! Tenho tanto para lhe agradecer, mamãe! Sei que corro o risco de esquecer e deixar muitas coisas de fora da lista, mas aqui vai minha tentativa de agradecimento, minha única, linda, amorável e insubstituível mamãe!

Mãezinha, muito obrigada pelos 9 meses aconchegantes na sua barriga (eu queria lembrar dessa época!), por cada contração que a senhora suportou para me dar à luz, por cada noite mal dormida, por cada fralda trocada, por cada vez que me amamentou, por cada canção de ninar entoada, por cada remédio e carinho dado, por cada banho e unha cortada, por cada piolho tirado (cafuné gostoso que me fazia dormir, apesar de minhas relutâncias), por cada papinha pacientemente feita, mesmo que fosse jogada fora, por cada refeição feita carinhosa e responsavelmente, por cada alento nos meus choros, por cada reunião de pais frequentada na escola ou na igreja, por cada brinquedo comprado ou construído com suas próprias mãos, por mais simples que fosse, por cada roupa costurada para mim, meus irmãos e minhas bonecas (queria ter esses seus dotes!), por cada esforço que fez para nos sustentar, trabalhando fora para complementar a renda de casa, por cada vez que respondeu a nossos insistentes porquês, por cada incentivo, por me ensinar a gostar de ler e de escrever, por acreditar no meu potencial, obrigada por levantar cedo e não me deixar perder a hora para ir à escola, à faculdade ou à igreja (se isso aconteceu foi sempre culpa minha!), obrigada por me lembrar de me alimentar, pelos leitinhos e caribés feitos altas horas da noite, quando eu me esquecia lá no meu quarto estudando, obrigada por cada sacrifício, por cada mimo e cuidado, por ter me dado irmãos com quem eu pudesse ser treinada para exercitar a paciência que o casamento me exige, por ter amado meu pai e ter sido o melhor exemplo de como uma esposa deve amar seu marido. O E... sempre me diz que a senhora é a melhor sogra que Deus poderia ter escolhido para ele. E eu concordo plenamente!

Perdão, mamãe, por cada vez que a aborreci, por cada vez que não obedeci a suas ordens ou conselhos, por cada palavra respondida com grosseria, por cada vez que, para minha vergonha, a contrariei ou a critiquei... A senhora merece o melhor tratamento de todos nós.

A senhora é a melhor mãe que Deus poderia ter nos dado! Eu sou realmente muito grata a Ele pela escolha que Ele fez. A senhora foi a coroa do papai enquanto ele esteve conosco e continua sendo a nossa glória nessa terra! Provérbios 17:6b confirma: a glória dos filhos são seus pais”. A senhora é o nosso orgulho! Eu oro a Deus para que Ele lhe abençoe cada dia mais e lhe acrescente ainda muitos anos de vida e com saúde.

A senhora é uma mulher e tanto! Um dia, quando crescer, quero ser que nem a senhora!

Se eu chegar aos seus pés, já me darei por satisfeita!

Sua filha extremamente orgulhosa da mãe que tem,

Débora.

quinta-feira, 5 de março de 2015

Dica de Leitura Edificante para o Dia Internacional da Mulher

O Dia Internacional da Mulher está chegando e, para não deixar passar em branco, vim aqui deixar uma dica de leitura bem edificante pra vocês, do livro Mulheres que tiveram um encontro pessoal com Jesus, publicado pela editora Mundo Cristão, um ótimo legado que a escritora Wanda de Assumpção nos deixou antes de partir para estar com o Senhor. Para quem trabalha com mulheres na igreja, serve muito bem para estudo bíblico em grupo, encontro de células, ou até mesmo individual.

O livro está dividido em quatro partes, apresentando Jesus como nosso sustento e consolo, nossa justificação, nossa cura e a água viva que nos sacia a sede. Dentro delas, há 15 capítulos, recordando a história do encontro pessoal com Cristo de 15 mulheres mencionadas nos quatro Evangelhos, das quais apenas cinco são conhecidas por seus nomes, a saber: Ana, a profetisa; Maria Madalena; Marta; Maria de Betânia; Maria, mãe de Jesus. Sempre fico me perguntando por que o Senhor não deixou os nomes das outras registrados na Bíblia, mas apenas as identificamos com um epíteto (a viúva de Naim; a viúva pobre; a pecadora que ungiu os pés de Jesus; a mulher adúltera; a sogra de Pedro; a mulher com hemorragia; a mulher curvada por enfermidade; a mulher siro-fenícia; a mulher samaritana; a mãe de Tiago e João)... O certo é que, numa sociedade que desvalorizava as mulheres, Deus as conhecia pelos seus nomes, bem como nos conhece pelos nossos, e as amava tanto que em seu infinito amor enviou Jesus para mudar a história de vida delas, e as nossas também... Na verdade, acho que em cada uma delas, há um pouco de nós também...
Cada parte tem uma breve introdução e cada capítulo está estruturado da seguinte maneira: primeiramente a autora conta de forma romanceada (aliás, ela escreve brilhantemente!) a história da protagonista em 1ª pessoa, como se ela estivesse nos contando sua própria história, fazendo-nos viver aquela época, entender melhor o contexto e ao mesmo tempo nos colocar no lugar daquela mulher, sentir suas dores, temores e angústias, bem como a cura, o alívio, o perdão e a libertação que encontraram em Jesus. É claro que ela usa a licença poética aqui. E gostei muito disso! Pois quantas vezes, lendo o relato bíblico, que é narrado em 3ª pessoa, de forma mais objetiva, nossa imaginação também não vai longe?! Dá até pra adaptar para um teatro na igreja, no Dia Internacional da Mulher ou no Dia das Mães. Fica a dica!
Depois, vem uma exposição detalhada sobre as passagens bíblicas nos quatro Evangelhos, que se referem àquela história especificamente. É como se estivéssemos ouvindo uma pregação, uma ministração muito gostosa aos nossos corações! Logo em seguida, vêm algumas perguntas de aplicação prática, que servem para aprofundar nossa reflexão, de forma a avaliarmos os ensinamentos de Jesus na nossa vida diária, sempre partindo dos textos bíblicos. Para quem gosta de tomar notas, há bons espaços em banco na maior parte do final dos capítulos. Mas quem escreve muito, talvez prefira fazer suas anotações em um caderno à parte ou no seu diário, né? E a Palavra de Deus é um tesouro inigualável, onde sempre se pode cavar mais fundo!
O livro tem 252 páginas, está escrito numa fonte e tamanho muito agradáveis, além de o papel (chamois fine dunas 67/gm²) ser de ótima qualidade, pois não mofa com o tempo, pelo menos não tão facilmente. Posso dizer isso, pois tenho outros da mesma editora com o mesmo papel há vários anos; embora não possa dizer o mesmo a respeito dos últimos livros que comprei da editora, infelizmente... Ainda não terminei de ler, porque gosto mesmo de ir meditando. É um livro que pode servir, num primeiro momento, de leitura devocional, mas depois (ou ao mesmo tempo), de estudo bíblico, pela meditação mais aprofundada que ele propõe no final. É uma leitura bem instigante e elevada, se comparado aos livros de autoajuda publicados para mulheres atualmente, aos quais supera em muitos aspectos, principalmente pela base bíblica que o sustenta. Eu diria que é teologia prática!
No site da editora, dá pra ler e baixar até o 1º capítulo! Eu gosto muito de editoras que presenteiam o leitor dessa forma, porque nos dão a oportunidade de conhecer melhor os livros e até aguça a vontade de comprar pra ler; não é verdade, gente?! Bem, espero que tenham gostado da dica! Se por acaso vocês já leram este livro, deixem sua opinião aqui nos comentários, ou sua sugestão de leitura também! Eu agradeço!

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Dica de Leitura: O Peregrino

Uma das coisas de que mais gosto é ler! Tenho um gosto por gêneros bastante variados; ultimamente, tenho descoberto a ficção evangélica e confesso que tenho sido surpreendida. Gosto de ler grifando trechos importantes e fazendo anotações nas margens, mas não costumo fazer resenhas dos livros que leio... Creio, então, que esta é uma ótima oportunidade pra começar! Não gosto de prometer, porém vou dizer o que pretendo: na medida do possível, quero trazer aqui resenhas dessas e de outras leituras. Pra mim será um ótimo exercício! Tomara que vocês também se beneficiem. Se com isso eu conseguir incentivá-los a ler um pouco mais, ficarei muito satisfeita.
O último livro que li foi O Peregrino, de John Bunyan. Foi escrito no século XVII e é considerado o livro de ficção evangélica mais difundido no mundo. A edição que li foi esta da Editora Mundo Cristão, cujo resumo vocês podem ler aqui (http://www.mundocristao.com.br/produtosdet.asp?cod_produto=10549).

A história é contada em prosa por um narrador que se apresenta em 1ª pessoa, contando um sonho que teve com o personagem principal chamado Cristão. Este mora na Cidade da Destruição, está vestido de trapos, com um grande fardo nas costas e com um livro na mão, pelo qual descobre que sua cidade será muito em breve destruída. Orientado por seu amigo Evangelista, para escapar da ira vindoura, ele parte rumo ao caminho da porta estreita, que leva à Cidade Celestial. A partir daí, a maior parte da narrativa se desenvolve em 3ª pessoa, mas de vez em quando o narrador se pronuncia em 1ª pessoa, apenas como se estivesse usando a função fática de testar a atenção do leitor ou manter a conversa com ele.
Alguns personagens, como por exemplo, a própria família de Cristão, o Obstinado e o Sr. Sábio-segundo-o-mundo, tentam dissuadi-lo de sua caminhada, mas ele prossegue. Durante a jornada, ele passa por vários lugares (como o Pântano da Desconfiança, o Desfiladeiro da Dificuldade, o Vale da Humilhação, o Vale da Sombra da Morte, etc.) e se depara com muitos percalços, com personagens dissimulados e enfrenta criaturas terríveis, mas também conhece personagens que se tornam verdadeiros companheiros, como Fiel e Esperançoso, dentre outros.
Como se vê, praticamente todos os personagens e lugares são alegóricos, são metáforas que revelam verdades bastante contundentes a respeito da natureza humana e da vida espiritual. Ao ler essa história, o leitor pode se ver como num espelho. Há trechos realmente reveladores, em que podemos nos ver confrontados na nossa maneira de viver o Cristianismo e também confortados ao perceber que a jornada de Cristão, assim como a nossa, é árdua, mas triunfante. E uma coisa que chama a atenção na narrativa é que apesar de o texto ser escrito em prosa, há alguns poemas em destaque nas páginas que são cânticos, verdadeiras expressões de louvor em meio a duras provas.
Quanto à estrutura do texto, o discurso indireto é utilizado algumas vezes, quando um personagem conta a outros fatos que antecederam na narrativa e que o leitor ou já conhece ou precisa saber. Portanto, foi pontualmente bem empregado. Mas o discurso direto é um recurso dos mais empregados, conferindo à narrativa uma dinâmica capaz de fisgar o leitor. Há diálogos realmente muito interessantes, com argumentações e contra-argumentos muito bem construídos. Eu diria que muitos trechos são uma verdadeira aula de teologia!
Outra coisa que chama a atenção na construção da narrativa é a referência (direta ou indiretamente) de muitos versículos bíblicos. O autor usa o recurso da intertextualidade, revisitando a história de personagens bíblicos (como a mulher de Potifar, Hamor e Siquém, Esaú, Moisés, etc.) trazendo uma nova luz sobre essas passagens bíblicas, fazendo a verdade saltar aos nossos olhos. É impressionante uns insigths que o autor traz! Aliás, dizia-se de John Bunyan que ele tinha a Bíblia no sangue.
Ele estava preso quando escreveu, por discordar da igreja anglicana na época, e há trechos no livro que são um ataque à hipocrisia de falsos mestres e a suas heresias, que podem infelizmente ser encontradas ainda hoje em muitos púlpitos, como por exemplo, a nomeada “teologia da prosperidade”, mais claramente identificável no capítulo 13, quando Cristão e Fiel sofrem perseguição por não participarem da Feira das Vaidades.
O Peregrino é uma narrativa que mostra como a amizade com Deus (estabelecida pela leitura do Livro, das Escrituras) se torna inimizade com o mundo, e também a importância de caminhar com quem partilha da mesma fé, de ouvir o testemunho e contar o nosso, de confrontar o outro, quando necessário, de forma sincera e amorosa. Pra quem tem dificuldade de dizer “a verdade em amor”, há diálogos inteiros que servem até de modelo de como fazer esse confronto, mostrando que ele é benéfico para o nosso crescimento na fé, embora nem todos os personagens tenham se beneficiado disso, uma vez que o orgulho os impediu de ver o próprio erro, o que pode acontecer com qualquer um que não vigie seu coração e suas atitudes.
Enfim, posso afirmar que pra mim foi uma leitura muito gostosa, prazerosa, bastante reflexiva. Recomendo muito. A história está dividida em 20 capítulos. Dá pra ler em um dia. Fiquei com um gostinho de quero mais depois de saber que a história tem continuidade num segundo livro, A Peregrina, no qual a esposa de Cristão arrependida decide seguir seus passos junto com os filhos. Assim que eu puder, vou comprar.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Das bênçãos de se ter uma crise de tosse alérgica

Como eu empregaria as palavras se só pudesse falar o estritamente necessário por dia com cada um que eu encontrasse pessoalmente, sendo possível usar apenas entre três a seis sentenças de cada vez, antes que eu ficasse mesmo impossibilitada de usar a voz? Pois é mais ou menos assim que tem sido nos últimos três dias, devido a uma crise de tosse alérgica. Essa tarefa tem-me sido cara, tanto no sentido de “custosa, difícil” para um ser – esposa, mãe, professora, irmã, amiga, etc. – falante como eu, mas também no sentido de “preciosa”, pois em meio a uma dieta quase obrigatória de palavras, isso me favoreceu ainda mais a reflexão e a meditação durante todo o dia, mais do que apenas num determinado momento separado para isso.
Não que eu não costume pensar e meditar bastante antes de falar, mas o fato de ter de ficar calada quando o que eu mais queria era me expressar tem me trazido muitas bênçãos ultimamente. Posso ver nisso o cuidado do Pai Celestial que corrige a filha que Ele ama!
A primeira delas foi me trazer à mente que devia haver algo de bom a ser aprendido desse pequeno infortúnio. A segunda e da qual decorrem todas as outras bênçãos, foi trazer à minha consciência certos pecados que tão de perto me rodeiam, e contra os quais eu preciso lutar mais, como a murmuração (ou ingratidão), a impaciência, o egoísmo, a prepotência (ou falta de humildade, no mínimo)... Sim, nesses dias, fiquei lamentando não poder conversar pessoalmente horas a fio com pessoas que eu amo (como se aguenta teclar por muito tempo em conversas virtuais?!), e também me vi reclamando de não poder ter dado face a face aquelas respostas que certas pessoas “mereciam”, e até mesmo por causa desse último desejo, é que realmente me dei conta das bênçãos de se ter uma crise de tosse alérgica!
Providencialmente, nesses dias, eu só precisava passar as provas de recuperação final dos alunos, então, teoricamente, eu não precisava usar muito a voz no meu trabalho, mas há sempre situações difíceis de ignorar, como ter de dar satisfações a superiores, responder a pedidos de informação de alguém, escutar provocações de outrem (e deixar pra lá!), bem como não deixar passar um mau comportamento da filha em casa, etc. Por isso, tenho aprendido a ser mais clara e sucinta ao me expressar e até mesmo a dar broncas breves e mais firmes na filhota (longos sermões nessa fase, ao que parece, não vinham dando tanto resultado!), ou a pedir desculpas sem tentar justificar meus erros, o que, por sua vez, provavelmente levaria a outras discussões tolas, inúteis e insustentáveis, dado o problema dos acessos de tosse. Percebi que assim algumas questões se resolveram bem mais rapidamente e a contento de ambas as partes.
Confesso que é bem difícil ficar calada em certas situações em que eu gostaria de mostrar todo o meu ponto de vista a respeito de determinados assuntos, argumentar em favor de minhas ideias, me defender com afinco ou, pior, acusar! Nos primeiros casos, há, claro, momentos certos para isso que não agora nesses dias, e no último caso, o refreio da língua tem sido um remédio bastante amargoso, a despeito da quantidade de mel e xaropes até docinhos que tenho tomado pra melhorar das dores na garganta por conta da tosse seca e violenta!
De qualquer forma, apesar do incômodo da tosse, às vezes até com acessos de vômito, das noites mal dormidas e do remédio amargoso de engolir minhas palavras duras, dou graças ao meu Senhor pela oportunidade que Ele tem me dado de me calar e ouvir sua doce repreensão e provar mais do seu amoroso cuidado ao me mostrar onde tenho caído para que eu me arrependa e busque a graça do seu perdão.
E nada melhor do que silenciar a nossa voz para ouvir reverentemente a voz do Pai! A Bíblia (e, especialmente, o livro de Provérbios) me trouxe algumas pílulas espirituais! Se vocês estiverem nessa mesma batalha que eu, aí vão elas. Sirvam-se!

“Atentai para a minha repreensão; pois eis que vos derramarei abundantemente do meu espírito e vos farei saber as minhas palavras. (Provérbios 1:23 )

“Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento. /Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas.” (Provérbios 3:5-6)

“Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta, /Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.” (Hebreus 12:1-2)

“Na multidão de palavras não falta pecado, mas o que modera os seus lábios é sábio. (Provérbios 10:19)

“Quem guarda a sua boca guarda a sua vida, mas quem fala demais acaba se arruinando.(Provérbios 13:3)

O homem que não tem juízo ridiculariza o seu próximo, mas o que tem entendimento refreia a língua. (Provérbios 11:12)

“O homem se alegra em responder bem, e quão boa é a palavra dita a seu tempo! (Provérbios 15:23)

“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. (Eclesiastes 3:1)
“tempo de rasgar e tempo de costurar, tempo de calar e tempo de falar” (Eclesiastes 3:7)

“A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira. (Provérbios 15:1)

“O coração do justo medita no que há de responder, mas a boca dos ímpios jorra coisas más. (Provérbios 15:28)

“Quem examina cada questão com cuidado, prospera, e feliz é aquele que confia no Senhor. (Provérbios 16:20)

“O sábio de coração é considerado prudente; quem fala com equilíbrio promove a instrução. (Provérbios 16:21)

“Como o soltar das águas é o início da contenda, assim, antes que sejas envolvido afasta-te da questão. (Provérbios 17:14)

“Quem é cuidadoso no que fala evita muito sofrimento. (Provérbios 21:23)

“Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo. (Provérbios 25:11)

Não responda ao insensato com igual insensatez, do contrário você se igualará a ele. (Provérbios 26:4)

“Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas; / Para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo” (Filipenses 2:14-15)

“Evite as controvérsias tolas e fúteis, pois você sabe que acabam em brigas. (2 Timóteo 2:23)


Não sei aí, mas aqui no terreno do meu coração, essas palavras poderosas caíram como uma luva, ou melhor, como uma espada afiada de dois gumes, penetrando até a divisão da alma e do espírito! O que deixa uma pessoa orgulhosa e arrogante como eu, que pensava já ter superado aqueles pecados, totalmente humilhada e constrangida diante do poder que o meu Deus tem de sondar os nossos corações. O meu, então, continua em obras! E eu sei que a boa obra que Ele começou, Ele há de aperfeiçoar para a sua glória!

Esta manhã, fiquei ainda mais constrangida e, ao mesmo tempo, grata por essa ministração abaixo, feita pelo Pr. Jonas Madureira. É apenas um trecho com menos de dez minutos, em que ele recita e comenta o Salmo 139 (https://www.bibliaonline.com.br/acf/sl/139), com toda a força de revelação espiritual que o texto carrega. Ouçam! Vale a pena! 


Assim que eu puder, quero ouvir a ministração completa!


terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Hipóteses

O que será que leva um(a) colega professor(a) ficar parado(a) no corredor, observando enquanto dou aula?
a-     Ele(a) se acha a experiência em pessoa e quer ver se o que estou ensinando está dentro dos documentos oficiais da Educação brasileira.
b-    Ele(a) se acha muito eficiente, já terminou de fazer o seu trabalho e agora se acha no direito de checar minha didática.
c-     Ele(a) não tem mais nada pra fazer na vida.
d-  Ele(a) só queria pedir um piloto emprestado e eu é que sou muito má de ter pensado tudo isso dele(a).
e-     Todas as opções anteriores, dependendo da ocasião e do contexto.
Minha primeira produção de um livro chamado “Vida de Sofressora”. Só que não!